A unha é uma plataforma multidisciplinar de auxílio à música independente, fundada em 2020 como rede informal de apoio a artistas sonoros/as residentes em Portugal, a partir de um consultório virtual sustentado por diversas parcerias, que oferece esclarecimentos gratuitos e confidenciais a quem deles necessite.
Criada na ressonância da precariedade do setor, a unha produz projetos expandidos de militância cultural, numa pluralidade que pode até sugerir uma crise de identidade, mas mantém um objetivo cirúrgico: preservar a dignidade nas vulnerabilidades.
Para tal, pratica ações diretas que garantem a sustentabilidade em palco, como serviços de agenciamento e promoção acessíveis, programação de espetáculos, edições discográficas e workshops. Reconhece, contudo, que promover artistas não basta e, como tal, desenvolve projetos de auscultação e mediação cultural sobre urgências do meio musical, como a precariedade, a preservação da memória, as violências de género ou as adições.
Ambos os focos alimentam-se mútua e militantemente, pois agir no terreno também requer preocupações éticas e políticas, e a reflexão transforma a prática em palco mais consciente e informada.

 

Na sua breve história, a unha já esteve ao lado de talento nacional como o galardoado compositor Armando Teixeira, a multi-instrumentista Rita Braga, o veterano MC de spoken word paulista Rodrigo Brandão, ou de artistas independentes como Razy, Clementine ou Hidden Horse. Na área do jazz, produziu a única digressão em Portugal da lendária Sun Ra Arkestra, bem como a estreia nacional do parceiro musical de Gil Scott-Heron, Brian Jackson, para além de digressões europeias do trompetista Luís Vicente e apresentações do trio Amado / Faustino / Valinho em São Paulo, Brasil.
Não se limitando a promover espetáculos, a unha cultivou também projetos insurgentes: o ciclo de pocket shows Estação Minhoca, que acolheu artistas como Scúru Fitchádu, NERVE, Maria do Mar ou Aurora Pinho; a campanha Piso Justo, um estudo sobre o cenário laboral do DJing em Portugal; uma campanha de consciencialização sobre identidade de género para a ONG Ação pela Identidade; e, em 2024, criou a plataforma Not Your Fault, um gesto de resistência e imaginação que começou como uma compilação digital com 17 compositoras de jazz e música livre — cujos lucros revertem para a APAV — e se expandiu num encontro público de vozes com o subtítulo Géneros, Violências e Imaginação, co-produzido com a escritora Teresa Melo e com o apoio da DGARTES.

 

Entre estas ações, fornecemos ainda ferramentas práticas — como minutas e declarações sobre direitos de autor e atuações ao vivo.

A unha is a multidisciplinary platform supporting independent music, founded in 2020 as an informal network for sound artists based in Portugal. Originating as a virtual consultancy sustained by diverse partnerships, it offers free and confidential guidance to those who need it.
Born out of the resonance of precarity in the cultural sector, a unha develops expanded projects of cultural militancy — a plural practice that might suggest an identity crisis, yet remains precise in its aim: to preserve dignity within vulnerability.
To that end, it engages in direct actions that ensure onstage sustainability — accessible artist management, promotion, programming, record editions and workshops — while also creating projects of listening and mediation around the urgencies of the musical field: precarity, memory, gender violence and addiction.
These dimensions feed each other militantly; acting on the ground also requires ethical and political awareness, and reflection makes practice more conscious and informed.

In its brief history, a unha has stood beside national talents such as award-winning composer Armando Teixeira, multi-instrumentalist Rita Braga, and spoken word veteran Rodrigo Brandão, as well as independent artists like Razy, Clementine and Hidden Horse. Within jazz, it produced the only Portuguese tour of the legendary Sun Ra Arkestra and the national debut of Gil Scott-Heron’s collaborator Brian Jackson, alongside European tours for trumpeter Luís Vicente and performances by the trio Amado / Faustino / Valinho in São Paulo, Brazil.
Beyond promoting performances, a unha has nurtured insurgent cultural projects: Estação Minhoca, a series of pocket shows featuring Scúru Fitchádu, NERVE, Maria do Mar and Aurora Pinho; the campaign Piso Justo, examining labour conditions in Portuguese DJ culture; a gender identity awareness campaign with the NGO Ação pela Identidade; and, in 2024, the platform Not Your Fault — a gesture of resistance and imagination that began as a digital compilation featuring 17 women composers of jazz and free music (whose profits support APAV) and expanded into a live public gathering titled “Genders, Violence and Imagination”, co-produced with writer Teresa Melo and supported by DGARTES.

Among these actions, a unha also provides practical tools — such as templates and statements on authors’ rights and live performance — small bureaucratic gestures that help sustain creation with care.